EM ESTADO DE ALERTA – Aumentou consideravelmente o risco de uma epidemia de dengue em Capão Bonito.
O aviso é da equipe de Vigilância Epidemiológica de Capão Bonito que vem monitorando os casos nos últimos anos e está em estado de alerta.
A situação se complica porque cidades como Itapetininga e Sorocaba já enfrentam a expansão da doença com postos de saúde lotados.
Em Itapetininga, por exemplo, já foram registrados 5 casos e 10 suspeitos. Em 2014, foram 13 casos em Itapetininga.
Em Sorocaba dados atualizados nesta semana apontam para mais de 2.000 casos registrados pela Vigilância em Saúde colocando a cidade em estado de emergência.
A situação preocupa mais os técnicos em saúde devido o deslocamento constante de pessoas de Capão Bonito nessas duas cidades, principalmente a procurada de atendimento médico, elevando ainda mais o risco de contaminação.
A equipe de Vigilância Epidemiológica de Capão Bonito informou no último dia 04/02, que em 2014 foram registrados 17 casos autóctones (quando a doença é contraída dentro do município) e 4 importados.
Foi necessária até uma nebulização nas imediações da prefeitura devido os focos de dengue.
Neste ano, já foram 23 notificações.
Segundo os técnicos da Vigilância Epidemiológica, algumas estatísticas assustam.
A principal delas foi obtida através de Avaliação de Densidade Larvária (ADL) realizada no dia 15 de janeiro pela equipe de controle de vetores na cidade.
“A avaliação permite o levantamento de índices utilizados para a avaliação de risco de transmissão de dengue no município”, explicou Fabíola Fadel Annoni Kawai, coordenadora da Vigilância Epidemiológica.
A avaliação leva em consideração três índices – Índice Predial (IP), Índice de Breteau (IB) e Índice de Recipiente (IR).
A avaliação realizada constatou um aumento considerável de larvas comparando dados com 2014.
A avaliação considerou 43 quadras, 621 imóveis, sendo que 385 fechados e 32 recusas de entrada.
Foram constatados 28 imóveis com o aeds aegypti e 37 recipientes com larvas do mosquito. Em 2014 esse número foi de 19 imóveis e 23 recipientes com larvas.
“O que nos preocupa é que o número é muito alto. Temos ainda 385 imóveis fechados (imagine o que tem nesses imóveis), além disso, mesmo diante de um quadro preocupante, tivemos 32 recusas de entrada o que demonstra a falta de conscientização por parte de alguns moradores”, lamentou Fabíola Kawai.
O Índice Breteau de Capão Bonito considerando os 621 imóveis trabalhados ficou em 6, quando recomendado pela Organização Mundial de Saúde é 1. O Índice Predial foi de 4,5 e o Índice de Recipiente – 7. Todos acima dos registrados em 2013 e 2014.
“Os número mostram que em cerca de 4,5% dos imóveis da cidade as larvas do mosquito estão se proliferando e convivendo com os moradores”, destacaram os técnicos da Vigilância.
Negligência e acúmulo de lixo – Na maioria dos casos, a proliferação das larvas acontece por negligência dos moradores que permitem o acúmulo de lixo e recipientes que acumulam água.
Para se ter uma noção do perigo, o ovo do mosquito pode permanecer um ano sem água esperando momento exato para eclodir.
“Os moradores ignoram os riscos da doença, acham que e ela chegará a cidade. É uma situação assustadora, porque a rede pública local não está preparada para uma epidemia. Para se ter uma ideia temos apenas uma vaga em Sorocaba para paciente grave de dengue”, ressaltou Fabíola Kawai.
Para a Vigilância Epidemiológica e técnicos da área de saúde está na hora da população também fazer sua parte e ajudar no combate.
“Esta na hora de parar de flertar com uma doença tão seria e preocupante. É preciso tomar mais cuidado com o lixo, investir em medidas preventivas e constantes”, ressaltou a Vigilância Sanitária.
A dengue é uma doença perigosa, que se não tratada e contraída repetida das vezes, apresenta um sério risco para o paciente.