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Gravidez precoce em foco: “Ainda que Nada Fosse Meu” é cinema íntimo e necessário


Filme capão-bonitense emociona e provoca reflexão sobre os dilemas silenciosos da adolescência

Por Wagner D´Antonio

NOVO FILME | Na última quinta-feira, 25 de abril, o Centro de Convenções “Joel Humberto Stori” se transformou em uma verdadeira sala de cinema para a aguardada exibição oficial de “Ainda que Nada Fosse Meu”.

A produção, que nasceu do roteiro da modelo e atriz Lua Maia, traz direção e fotografia de Danilo Cacciacarro e trilha sonora da banda Alien Alice e parceria da Bizarre Word, em mais uma realização viabilizada pela Lei Paulo Gustavo com apoio da Prefeitura de Capão Bonito por meio da Divisão Municipal de Cultura.

Com 30 minutos de duração, o filme é um retrato pungente e sensível da gravidez na adolescência.

A protagonista, vivida com surpreendente maturidade por Victoria Delfino — em sua estreia nos cinemas —, vive o drama de uma gestação indesejada aos 16 anos, que a empurra para um labirinto de pensamentos intrusivos, medos e isolamento.

É um filme que não busca oferecer respostas, mas sim provocar perguntas: o que resta de uma juventude interrompida?

O roteiro, inspirado em vivências sociais reais observadas por Lua Maia durante seu estágio no Fórum de Capão Bonito, tem uma pegada quase documental.

A força do texto está justamente em não romantizar o drama, mas tratá-lo como ele é: uma questão de saúde pública, social e emocional.

Como destaca o diretor Danilo Cacciacarro, “o filme é também um manifesto” — e ele acerta ao dizer isso. A obra é direta, intensa e justa.

A atuação de Victoria Delfino é, sem dúvida, o grande destaque. Com delicadeza e verdade, ela conduz o público por uma jornada silenciosa de dor, dúvidas e (possivelmente) aceitação.

A jovem atriz mostra uma entrega rara em um primeiro trabalho, e já se projeta como um novo talento da cena cultural do interior paulista. “Foi enriquecedor participar deste projeto. Espero que o filme ajude a conscientizar”, declarou a atriz acompanhada de sua família na estreia.

Filmado em diferentes pontos de Capão Bonito, o curta-metragem também é um retrato visual da cidade, captada com carinho e sensibilidade pela lente de Danilo Cacciacarro.

A trilha de Alien Alice costura a narrativa com sutileza, equilibrando emoção e introspecção.

Ainda que Nada Fosse Meu não é um filme para o entretenimento fácil. É um convite à empatia e ao debate — e, por isso mesmo, merece ser visto.

O impacto é profundo e reverbera após os créditos finais. Uma obra de 30 minutos que deixa marcas longas.

A produção já está sendo disponibilizada em plataformas de streaming e sites especializados. Para escolas, entidades e rodas de conversa, será uma ferramenta poderosa de conscientização.

A roteirista Lua Maia ou Lua Cacciacarro é atriz e modelo fotográfica brasileira, nascida Monique Luana Andrade de Oliveira, adotou seu pseudônimo ao longo de seus trabalhos no cinema.

Lua cresceu em Osasco – SP, mas iniciou sua trajetória artística no interior do estado atuando como modelo, onde juntou-se aos trabalhos do cineasta Danilo Cacciacarro.

Lua Maia e o diretor são casados desde 2013 e são as principais referências de cinema de Capão Bonito e região.

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