Santa Casa de Capão Bonito é considerado hospital de “Apoio” enquanto Itapeva “Estratégico”
AUDIÊNCIA EM CONJUNTO – Prefeitos de treze cidades que integram o Condersul (Consórcio de Desenvolvimento da Região Sudoeste) estiveram participando de uma audiência em conjunto na Secretaria Estadual de Saúde.
A reunião foi agendada pelo deputado Edson Giriboni e pelo presidente do Condersul, prefeito Julio Fernando de Capão Bonito que também participaram.
Estiveram presentes dos prefeitos de Apiaí, Bom Sucesso do Itararé, Capão Bonito, Capela do Alto, Campina do Monte Alegre, Guapiara, Itaberá, Itararé, Itaóca, itapirapuã Paulista, Nova Campina, Tatuí e Ribeirão Grande.
O secretário Adjunto da Secretaria Estadual de Saúde, dr. Wilson Pollara e o diretor do DRS-Sorocaba dr. João Márcio Garcia aproveitaram o encontro para apresentar o Programa de Colaboração Mútua entre Hospitais, implantado no Estado.
“É o nosso programa mãe. Tem como finalidade financiar melhor os hospitais, principalmente os filantrópicos”, explicou Pollara. O programa, segundo ele, é uma grande rede de cooperação mútua.
De forma geral, de acordo com o secretário, o hospital focaria seu atendimento e deixaria de realizar procedimentos para os quais não está preparado.
Dessa forma, o secretário acredita que seria feito uma melhor reorganização dos pacientes inclusive ocupando os 17.200 leitos vagos no estado. A partir de um estudo realizado, os hospitais foram selecionados de acordo com as suas potencialidades e divididos em: Hospital Estruturante, Terciário, Estratégico, Apoio Crônico e de Pequeno Porte.
Pollara aponta que apesar de 116 hospitais de São Paulo terem capacidade para serem estruturantes, não havia condição financeira nem a necessidade real de torná-los dessa linha.
“O Estruturante tinha que atender cirurgias simples e eletivas. Com esse modelo, os hospitais estratégicos passaram a receber cirurgias simples e efetivas, de baixa complexidade. Assim não ocupa o centro cirúrgico do hospital Estruturante com cirurgias de menor porte”, conta.
O programa ainda não está consolidado, mas Pollara acredita que o efeito já está surtindo: “Tínhamos o chamado Vaga Zero, que a Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) mandava o doente para o hospital independente dele aceitar ou não. Hoje é praticamente 0% essa ocorrência”, finaliza.
Conforme o programa, a Santa Casa de Capão Bonito ganha o status de “Hospital de Apoio” enquanto Itapeva de “Hospital “Estratégico”.
Durante a reunião também foram encaminhadas várias demandas dos municípios. O prefeito Jorge Sabino de Guapiara, por exemplo, pediu a liberação de recursos para melhorias e estruturação do seu Hospital Municipal.
O prefeito de Apiaí, Ari Kinor, pediu a agilização de novas ambulâncias para atender melhor o transporte de pacientes. Já o prefeito de Ribeirão Grande, Joaquim Brizola, encaminhou pedidos voltados a melhoria no sistema de vagas, equipamentos e estruturação de sua Unidade Básica de Saúde.
O prefeito Julio Fernando também aproveitou o encontro para acelerar a liberação de recursos para construção da nova Unidade Básica de Saúde da Vila São Paulo, estimada em R$ 2 milhões.
“Foi uma reunião positiva onde pudemos ter detalhes de um novo programa do governo estadual que tem como objetivo melhorar o atendimento ao mesmo tempo que reestrutura o sistema”, destacou o prefeito Julio Fernando.
Municípios investem mais de ¼ em saúde – O deputado Edson Giriboni, durante o encontro aproveitou para fazer um levantamento dos investimentos no Setor de Saúde e constatou ‘in loco’ que as cidades do sudoeste investem mais de ¼ dos seus orçamentos em saúde pública.
Capão Bonito, por exemplo, são mais de 24% do orçamento. “A municipalização da saúde dificulta a gestão dos prefeitos. Os recursos repassados pelo governo federal são irrisórios diante das necessidades de investimentos do setor. Neste sentido o apoio do governo estadual tem feito a diferença, principalmente com Programas como o Pró-Santa Casa, ambulâncias e recursos para construção de UBSs e compra de equipamentos.
A avaliação do Programa de Cooperação Mútua entre Hospitais foi positiva entre os prefeitos que acreditam que ele pode reduzir o verdadeiro ‘leilão’ que existe entre as cidades pela contratação de médicos.
